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Br Arte / Abaporu

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O Abaporu é uma pintura a óleo modernista feita pela pintora brasileira Tarsila do Amaral em 1928, como um presente de aniversário para seu então marido, o autor Oswald de Andrade. É a obra mais conhecida de Tarsila, sendo a principal inspiração e trabalho do movimento antropofágico e uma das pinturas mais famosas, valiosas e historicamente relevantes da história da arte do Brasil.

Tarsila descreveu o ser central como "uma figura solitária monstruosa, pés imensos, sentada numa planíce verde, o braço dobrado repousando num joelho, a mão sustentando o peso-pena da cabecinha minúscula." Junto com o ser solitário, há um terreno verde no qual ele senta-se, um cacto com uma flor amarela vibrante e um céu azul e limpo.
Houve diversas interpretações diferentes da pintura, como as feições faciais irreconhecíveis da figura representando a desumanização do ser humano, ou os pés gigantescos e cabeça pequena representando a disparidade de trabalho na sociedade, com a maioria tendo de viver do trabalho manual — daí os pés e braços agigantados — e uma elite pequena tendo acesso ao trabalho intelectual — daí a cabeça pequena. Contudo, uma interpretação alternativa pela sobrinha-neta de Tarsila sugere que, na verdade, a pintura foi criada como um autorretrato que Tarsila fez para seu marido, olhando a si mesma num espelho inclinado.

O nome Abaporu vem do Tupi, significando "homem que come gente". Ele foi escolhido por Tarsila por conta de uma interpretação feita por Oswald e um amigo seu que criou o movimento Antropofágico — um manifesto que pretendia digerir simbolicamente estilos de artes estrangeiros e absorvê-los, tornando-os em algo culturalmente brasileiro de fato para combater o imperialismo e a influência europeia na história da arte nacional. Graças às suas cores vibrantes, importância para a história da arte nacional e proporções estilizadas, a obra é frequentemente homenageada, parafraseada e parodiada in vários trabalhos na mídia brasileira, sendo uma das pinturas brasileiras mais famosas e facilmente reconhecidas pela audiência do país e um símbolo da história da arte sul-americana pelo mundo.

Quando Tarsila e Oswald se separaram, Tarsila permaneceu com o quadro e posteriormente o vendeu ao Museu de Arte de São Paulo. A pintura atualmente está em exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, na Argentina.


The Abaporu provides examples of:

  • Ambiguous Gender / Vague Age: O ser intencionalmente não possui feições faciais, o que faz com que seu sexo e idade sejam difíceis de definir.
  • Author Avatar: Uma das interpretações. Em 2014, a sobrinha-neta de Tarsila, Tarsilinha, sugeriu que o Abaporu é na verdade um autorretrato, já que foi um presente de aniversário para seu marido. Tarsilinha fez a interpretação baseando-se num espelho presente na casa em que Tarsila e Oswald moravam, que poderia ser visto do quarto e ateliê de Tarsila. Devido à sua posição inclinada, o espelho mostra o observador com pés agigantados e uma cabeça pequena, o que poderia tê-la inspirado a fazer a pintura. Outra evidência é o pé, uma vez que relatos familiares coletados por Tarsilinha falam que o segundo dedo do pé de Tarsila do Amaral era maior que seu primeiro dedo, exatamente como o ser central da obra.
  • Foreign Language Title: Longe de ser estrangeiro, pois tal linguagem é um tronco linguístico que não apenas continua a ser falado por diversos grupos indígenas, mas também influenciou muito o português, mas o título da pintura está em Tupi. Tarsila escolheu o nome ao pesquisar num dicionário de Tupi depois de ouvir a interpretação de Oswald, que relacionava a pintura ao movimento Antropofágico. O manifesto dizia que artistas brasileiros deveriam absorver estilos estrangeiros e adaptá-los à cultura e realidade nacional — daí o título indígena
  • Gonk: O Abaporu tem uma proporção deliberadamente deformada e caricata, com pernas e braços enormes culminando numa cabeça minúscula.
  • Non Indicative Name: Apesar de seu nome significar "homem que come gente", não há nada na pintura em si indicando que o Abaporu é um antropófago. O título vem de uma interpretação Oswald e um amigo seu tiveram que formou o Movimento Antropofágico, uma manifestação artística na qual defendia-se que, da mesma forma que algumas tribos indígenas faziam rituais em que comiam seus inimigos para absorver suas virtudes, artistas brasileiros deveriam "digerir" culturas estrangeiras e torná-las em algo culturalmente e esteticamente brasileiro, convertendo-as em um produto de exportação, em vez de apenas tentar replicá-las, como o que eles acusavam os artistas romantistas de terem tido feito. Isto é, artistas brasileiros poderiam ser diretamente inspirados por estilos de arte europeus (como a própria Tarsila foi), mas deveriam criar e adaptá-los para uma realidade e estética verdadeiramente brasileira, deixando de lado as formalidades acadêmicas, idealização do passado e atenção à métrica e ao realismo presentes no romantismo e parnasianismo.
  • One Word Title: A pintura se chama apenas "Abaporu", do Tupi Abapor'u: abá (homem) + poru (que come pessoas).
  • Surrealism: As pinturas de Tarsila foram inspiradas pelas Vanguardas Europeias, com o Abaporu em específico tendo grande influência do cubismo e surrealismo espanhol, com sua estética irreverente e fora do padrão.
  • Thinker Pose: Alguns estudiosos comparam a postura contemplativa do Abaporu com "O Pensador" de Auguste Rodin, devido às suas posições corporais similares.
  • Tiny Headed Behemoth: O Abaporu é notório por ter a aparência de um gigante alto com uma cabeça relativamente pequena.

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